Lula Rocha e Elisa Lucinda indicados ao Prêmio Benedito Meia Légua

17/11/2022 15h05

O Governo do Estado criou neste ano, por meio do Decreto nº 5.036-R, publicado no Diário Oficial do Estado, o Prêmio Benedito Meia Légua, com o objetivo de homenagear personalidades negras que são ou foram destaques na luta quilombola e na promoção da igualdade racial. São sete indicados em quatro categorias diferentes. A solenidade de entrega do prêmio será nesta sexta-feira (18), dia em que acontece a transferência simbólica da Capital do Espírito Santo para o município de São Mateus.

Para a categoria “Personalidades capixabas atuantes na luta quilombola”, destacam-se Dona Gessi Cassiano (Mãe Gessi), Dona Maria Laurinda e Luciana Croce. 

Em “Personalidades capixabas que se destacam na luta pela Promoção da Igualdade Racial”, foram indicados Geovane Roberto Santos e Edineia Conceição de Oliveira.

O prêmio também contemplará a categoria “Personalidade in memoriam”, na qual foi lembrado Luiz Inácio Silva Rocha, o “Lula Rocha”. 

Por fim, ao tratar de “Personalidade nacional que se destaque na luta pela Promoção da Igualdade Racial”, foi indicada Elisa Lucinda.

A coordenação da solenidade ficou a cargo da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), por meio da Gerência de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Gepir). A secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, salienta a importância da premiação na promoção de uma sociedade antirracista.

“Homenagear pessoas que se destacam nesta luta em nosso Estado e em nosso País é homenagear todas e todos que vieram antes e que contribuíram neste movimento por uma sociedade antirracista, que deve continuar cada vez mais forte na promoção da igualdade racial”, explicou a secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo.

Quem foi Benedito Meia Légua

O líder quilombola Benedito Caravelas, mais conhecido como Benedito Meia Légua, nasceu em 1805 onde hoje é um município de São Mateus, no norte do Espírito Santo. O apelido foi dado por causa das constantes viagens a pé que ele fazia, sobretudo para a região nordeste do Brasil.

Benedito Caravelas invadia fazendas, quebrava senzalas, organizava fugas e ações em quilombos: tinha como missão de vida libertar pessoas escravizadas. De acordo com registros históricos, um dia ele acabou aprisionado por um capitão do mato, arrastado pelas ruas de São Mateus e tão espancado que foi dado como morto. Seu corpo foi guardado dentro da igreja de São Benedito para ser sepultado, mas no dia seguinte só foram encontradas no local marcas de sangue e pegadas.

A imagem de Benedito Caravelas então passou a ser comparada a de uma figura imortal, pois fugas e rebeliões continuaram ocorrendo para a libertação de pessoas escravizadas e dados históricos dão conta de que foi nesta época que surgiu a expressão: “Mas será o Benedito?”.

Benedito Meia Légua morreu já idoso, por causa de uma traição. Seu esconderijo, dentro do tronco de uma árvore, foi denunciado e ele acabou morrendo queimado enquanto dormia.

 

 

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