O Fórum Estadual de Juventude Negra do Espírito Santo (FEJUNES) foi uma das entidades não governamentais homenageadas no Prêmio Estadual de Direitos Humanos 2020, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (10), no Palácio Anchieta, em Vitória. A premiação é organizada pelo Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), com apoio da Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), e reconhece o trabalho e o esforço de pessoas e organizações que se dedicam à proteção e à defesa desses direitos. O governador Renato Casagrande e a secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo, prestigiaram a solenidade.

Um dos representantes do FEJUNES que foi receber o prêmio foi o vice-presidente do Conselho Estadual de Juventude (CEJUVE) Ramon Matheus. Ele foi acompanhado da presidente do Fórum, Crislayne Zeferina.

“Receber esse prêmio representa o reconhecimento de um trabalho que o FEJUNES vem fazendo no Estado há 13 anos. Essa é a valorização do trabalho feito por jovens negros da periferia, que há muito tempo vem debatendo várias questões relacionadas às políticas públicas da juventude, sobretudo, criando alternativas para diminuir os altos índices de morte de jovens negros no Brasil. Receber o prêmio significa que estamos no caminho certo e que o FEJUNES é uma entidade fundamental para a sociedade capixaba, principalmente que está engajada na luta pelos direitos humanos”, explicou.

O atual presidente do CEJUVE, Wallace Vargas, também destacou a importância do reconhecimento da entidade no Prêmio Estadual.

“Essa premiação reafirma muitas coisas, como por exemplo a importância do CEJUVE a nível estadual quando temos uma de suas entidades vinculadas, no caso o FEJUNES, e seu vice-presidente, no caso o Ramon, recebendo essa homenagem em uma solenidade na presença de diversas autoridades importantes do Estado, como nosso governador, Renato Casagrande, sua vice-governadora, Jaqueline Moraes, e nossa secretária de Direitos Humanos, Nara Borgo”, ressaltou.

O evento fez parte da programação da XII Semana Estadual de Direitos Humanos, que tem como tema “Direitos Humanos na luta por uma sociedade antirracista!”. Importante frisar que pela primeira vez o CEJUVE tem um presidente e um vice negros, o que reafirma a importância dessa luta.

Sobre o Prêmio

Além do FEJUNES, também receberam as homenagens Ethel Leonor Noia Maciel e Lúcia Mara Martin, na categoria “personalidade”; e o Fórum de Mulheres do Espírito Santo, na categoria “entidade não governamental ou movimento social”. A premiação foi realizada respeitando todas as normas de biossegurança para evitar aglomerações devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

A secretária de Direitos Humanos, Nara Borgo, destacou o retorno da premiação para a sede do Poder Executivo Estadual.

“Estamos muito felizes por estarmos de volta ao Palácio Anchieta. Por alguns anos, o Prêmio não foi entregue aqui e o senhor, governador, agora reabre esta Casa. Eu fico sempre muito emocionada de estar neste evento, que eu sempre fiz questão de estar presente, antes como conselheira e hoje como secretária. Neste momento de hoje, que celebramos pessoas e entidades tão importantes na promoção de direitos humanos, parabenizo a todas e todos pelas ações, pelo trabalho e muito obrigada por construírem, por meio do trabalho de vocês, uma sociedade mais justa, mais solidária e mais fraterna”, afirmou a secretária de Estado.

Já o presidente do CEDH, Rafael Dias Valencio, lembrou que o tema do Prêmio deste ano foi “Direitos Humanos na luta por uma sociedade antirracista”. Segundo ele, é o reconhecimento das mais diversas histórias de luta.

“De mães que lutam por seus filhos, de mulheres que bradam liberdade, de profissionais da saúde na luta exaustiva pela garantia de viver, da juventude negra que inventivamente resiste. Hoje nos unimos mais uma vez na luta contra o escancarar da morte, morte essa das mulheres, de negras e negros, da periferia, de povos tradicionais, pessoas em situação de rua e LGBT’s”, afirmou. 

Sobre o FEJUNES

O Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo (FEJUNES) foi criado em 29 de setembro de 2007, fruto de um processo nacional de organização da juventude negra brasileira. O FEJUNES tem como princípio agrupar a juventude negra capixaba em uma perspectiva autônoma, afrocentrada, quilombola, militante, protagonista, democrática, combativa e de resistência, na luta antirracista e contra qualquer forma de opressão e pela emancipação do povo negro. Tem atuação em todo o Estado Espírito Santo e é referência nacional nas ações de enfrentamento ao extermínio da juventude negra.

Texto: Maria Alice Costa

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