Escola incentiva cultura pomerana na produção de poemas em formato de poadcast

20/12/2021 07h05

A Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Francisco Guilherme, localizada em Santa Maria de Jetibá, realizou o projeto Poemacast, que incentivou os alunos a produzirem poemas em formato de poadcast. O material escrito, digitalizado e, em seguida, registrado em pequenos áudios foi recitado pelos estudantes e publicado em um ambiente virtual. Confira aqui! https://pt-br.padlet.com/natielidelpupo1/hdfssl8mjx8v154f 

O objetivo foi trabalhar um dos conteúdos canônicos da literatura, os gêneros literários, mas com uma roupagem nova, por meio de aparatos tecnológicos, proporcionando, assim, uma aprendizagem mais prazerosa e contextualizada com os interesses do público jovem. 

Além disso, a atividade promoveu um resgate da cultura local, visto que cada aluno desenvolveu um “poemacast” retratando os sentimentos em relação ao lugar onde vivem e as percepções sobre a identidade cultural, que é tão rica e formada, principalmente, pela presença da cultura pomerana e os costumes, tradições e dialetos, que são preservados e transmitidos de geração em geração.  

Os poemascasts foram publicados no ambiente virtual Padlet, sendo que um deles foi traduzido também para a Língua Pomerana. Link:

https://pt-br.padlet.com/natielidelpupo1/hdfssl8mjx8v154f >


Exemplo de um poema produzido por uma aluna e a tradução para a Língua Pomerana:


POMERISCHE WÖRTELS

Afstamer fon dem pomerische folk,

ik bün stols taum dat sägen.

Ain groot geschicht häwe’s beleewt

un ik bün hijr taum dat fortelen.

 

Sai sin fon Pomerland uuwandert,

taum ni hungren.

Sai leewte mank feele konflikte,

dat dat sër swår taum wijrerdrijwen wäir.

 

Sai sin in Hamburg (hawen) insteege

un bet Vitória henkåme.

Nijg land, nijg wild,

feel wald un bärge taum upfijnen.

 

Hüüt häw ik schulden,

Wat ik ni betålt krijg.

Sai häwe soo feel daile schaft

Dår bün ik stols oiwer taum fortelen.

 

De ülrer dau ik danke,

Wat oos wånen hijr upricht häwe,

Un arbëre koine up dësem land.

Oiwersetung/Tradução: Simone Kurth Dettmann Hila

 

                                                                                                                                                                               

Poema original:

RAÍZES POMERANAS

Descendente do povo pomerano,

tenho orgulho de falar.

Uma grande história tiveram,

e estou aqui para contar.

 

Emigraram da Pomerânia,

para fome não passar.

Viviam em meio a tantos conflitos,

que era difícil prosperar.

 

Embarcaram em Hamburgo

e chegaram em Vitória.

Nova terra, novo mundo,

muitas matas e montanhas a desbravar.

 

Hoje tenho uma dívida

que não consigo pagar.

Criaram tantas coisas,

que tenho orgulho de falar.

 

Agradeço aos antepassados,

que aqui fizeram morada,

e por nesta terra poder cultivar.

Autora/aluna: Derlane Koeheler

 

Além da apresentação dos poemas, o projeto contou também com apresentações de pesquisas feitas pelos discentes sobre a história da imigração pomerana; exposição de uma cortina confeccionada pelos estudantes com pinturas relacionadas à cultura pomerana; além de um café com comidas típicas, como o “bolo ladrão” e o famoso “brote”.

“Uma das funções da literatura é externalizar sentimentos, percepções e promover uma reflexão sobre nós mesmos, nossas raízes. Com o projeto ‘Poemacast’, os alunos tiveram a experiência de uma nova forma de fazer literário, mais moderna e contextualizada com a realidade atual”, destacou a professora Natieli Delpupo.

A aluna Derlane Koeheler afirmou que a iniciativa foi importante para a turma. “Achei muito legal a ideia, ainda mais porque nós produzimos poemas sobre a nossa cultura, a cultura Pomerana, que não tenho vergonha, mas orgulho de pertencer. Fiquei muito feliz quando soube que meu poema foi traduzido para a língua pomerana, e, assim, pude recitá-lo nas duas línguas”, disse.

 

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Sedu
Mirela Marcarini / Geiza Ardiçon/ Soraia Camata